rosa, minha irmã rosa

Era uma vez um livro que chegou cá a casa quando eu tinha 8 anos e marcou a minha vida. Um livro que conta a história de Mariana, uma menina que tinha mais ou menos a minha idade, na altura, e tinha acabado de deixar de ser filha única. Tal como eu.

Rosa, minha irmã Rosa, de Alice Vieira, foi um dos livros mais importantes da minha vida. Defendo que há livros certos para cada pessoa e só quando (e se) alguém descobre o seu tipo de leitura é que consegue gostar de ler. Com algumas pessoas isso acontece cedo, outras tarde e com outras nem chega a acontecer. Eu tive a sorte de sempre estar rodeada de livros que gostava. Mas é o "Rosa" que marca a passagem os livros com mais desenhos que palavras, para os livros com mais palavras que desenhos.  E marcou, também, a minha vida como leitora. Talvez pudesse ter sido outro qualquer, mas nunca saberei. O "Rosa" foi a história certa, na altura certa e isso torna-o no livro que me mostrou como a leitura nos ajuda em todas as fases da nossa vida. Sejam boas, más, ou apenas diferentes e novas.

LIVROS | MULHERZINHAS

Um livro fora da tua zona de conforto. Foi o desafio de fevereiro para o Uma Dúzia de Livros. Este tema tem tudo a ver com o caminho para o qual tenho direcionado a minha rotina de leitura: ler livros de géneros e temas diferentes dos que estou habituada.

À semelhança do que aconteceu em janeiro, aproveitei este desafio para cumprir um outro que fiz a mim mesma e juntei o Uma Dúzia de Livros da Rita da Nova aos meus 30 Livros Para Ler Antes dos 30. Desta vez, parti numa viagem no espaço e no tempo até aos Estados Unidos do século XIX e fiquei hospedada na casa de uma família humilde, onde moravam quatro Mulherzinhas, com a sua mãe.

Isso mesmo, o livro escolhido foi o clássico Mulherzinha, de Louisa May Alcott! A história fala dos March, uma família que passa por tempos dificeís, tanto por questões monetárias, como por provações relacionadas com a vida familiar e o crescimento pessoal das irmãs Meg, Jo, Beth e Amy.

4 LIVROS PARA DIAS DE MANTA E SOFÁ

O outono chegou e os dias começam a ficar mais frescos. Olhando para a janela a vontade de sair diminui. Dá espaço aos planos caseiros que incluem manta, sofá e bebidas quentes. Pelo meio, junta-se livros e fica o cenário perfeito.

O QUE LER NO OUTONO?

Com o mundo em tons de amarelo e laranja e aconchegada numa manta quente e fofa, o meu instinto no outono é dedicar-me a romances. Viajar por histórias leves. Ao mesmo tempo procuro emoção e reviravoltas, para quebrar a monotonia.

Juntei 4 romances que adorei e que são ótimas leituras para dias de manta e sofá.

5 lições de storytelling nos livros de Daniel Silva

Ler é fundamental para quem gosta e quer escrever. A leitura dá uma familiaridade com as palavras e as regras gramaticais que não se consegue de outra forma. Ademais, dá conhecimentos sobre temas e diferentes e contacto com novas visões do mundo e ajuda a descobrir novas formas de escrita, que podem servir de inspiração.

Se houve um escritor que me ensinou bastante sobre a arte de contar histórias, foi o Daniel Silva, com os seus livros da série Gabriel Allon. Por serem os meus livros, autor e género preferidos. Por ter criado uma ligação muito forte com as personagens. Pelos temas. Pela escrita. E foi assim que os livros do espião mais famoso do mundo me trouxeram muitos ensinamentos sobre a escrita no geral e o storytelling e copywriting em particular. Servindo, também, de prova que não importa o género que se leia, importa os ensinamentos que conseguimos absorver de daquilo que se lê

1. Apela às emoções

Ler a série Allon é um mar de emoções. Coração acelarado, pele de galinha, suster o ar, lágrimas, risos, suspiros: são tudo efeitos secundárias do consumo de um só livro.

Os leitores gostam de histórias que lhes despertem as emoções mais fortes. Negativas ou positivas. Seja num conto ou em Marketing de conteúdo, é sempre importante apelar às emoções, pois são elas que vão fazer o público criar uma ligação com a história ou mensagem. 

2. Cria suspense

Os livros do Daniel Silva são um aglomerado de perguntas banhadas de suspense. Daquelas que fazem ler página atrás de página para encontrar todas as respostas.

O ser humano é, por norma, muito curioso, fazendo com que o suspense tenha um papel importante numa narrativa. Toda a história precisa de ter perguntas e respostas, mesmo que estas não sejam totalmente perceptíveis à primeira vista, e não apenas factos. Deve-se usar o suspense para despertar o interesse na mensagem a passar e criar condições para o efeito surpresa.

3. Mostra a solução para um problema

A vida das personagens da série Gabriel Allon são uma sucessão de problemas e soluções.

Seguindo a onda do suspense, a técnica de usar problema-solução tem resultados muito positivos no storytelling e copywriting. Em especial, quando o público se identifica com os problemas expostos. As pessoas procuram o que lhes ofereça soluções e torne a vida mais simples. 

4. Escreve narrativas com ritmo

Frases curtas. Acontecimentos rápidos. Diálogos interessantes. Ação. Movimento. São o resumo das obras de Daniel Silva.

Encontrar o ritmo certo para a mensagem a passar é essencial para esta ser lida de uma forma interessante e ser recebida da melhor maneira pelo público.

5. Cria personagens fortes

As personagens de Daniel Silva vão-se tornando parte da família a cada livro.

Cria personagens com um passado, personalidade e história fortes. Dá-lhes características fáceis de o público se identificar, que despertem emoções e façam criar relação de afinidade com elas, para que se mantenha o interesse na narrativa, crie o desejo de continuar a leitura e descobrir mais sobre a narrativa e/ou assunto abordado. 

LIVROS | A MORTE DE IVAN ILITCH, LEV TOLSTOI

Lev Tolstoi é um dos grandes nomes da literatura russa. Aliás da literatura no geral. Os livros livros Tolstoi assustavam-me só por ver o nome dele. É este meu pouco à vontade com os clássicos que me põe macaquinhos no sótão e faz pensar que existem livros que não são para mim. São tudo tretas.

Todos os livros são para todos. Caro que há quem se identifique mais com determinado género e está tudo bem com isso. Mas, se quisermos vontade e tivermos curiosidade em relação a algum livro, género ou autor devemos ler. É mandar os macaquinhos para fora do sótão e esquecer os pré-conceitos que nos levam a pensar que este ou aquela obra não é para nós e muito menos que não temos capacidade para tal. Claro que temos!
A capacidade nasce da vontade.

E foi a vontade e muita curiosidade pela escrita de Lev Tosltoi e pela literatura russa que me levaram a ganhar coragem para ler A Morte de Ivan Ilitch.

LIVROS PARA RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

Ano novo é sinónimo de resoluções. Não vou dizer novas, porque eu sei bem que muitas ficam de ano para ano eternamente.

Não estou a julgar ninguém além de mim e da resolução "fazer mais exercício" que marca presença em todas as minhas listas há anos!

Como não quero que sejas como eu e que cumpras todos os teus objetivos, trago sugestões de livros que combinam com resoluções de ano novo.

Spoiller alert! Eu disse que combinam, não disse que são a fórmula secreta. Por isso, prepara-te para abraçares o caos da minha mente. E mesmo que não tenhas nenhuma destas resoluções, lê os livros na mesma, porque são ótimas leituras!

GOSTAS DE LIVROS? TENS DE OUVIR ESTE PODCAST

Se gostas de livros, o sei do podcast é perfeito para ti. O "Livra-te", um podcast onde duas amigas falam sobre a sua grande paixão comum: LIVROS!

"Críticas, opiniões polémicas e muito envolvimento pessoal com mundos fictícios." É o que Rita da Nova e Joana da Silva prometem no resumo do podcast. Mas há muito mais. Podes encontrar ainda paixões literárias, ódios de estimação e, claro muitas sugestões de leitura.

Este último é o ponto mais sensível. E devo já fazer um aviso, antes de começares a ouvir. Aliás, este é o fator decisivo para decidires se queres ou não ouvir este podcast! 

Todas as quartas vai um novo episódio novo para o ar. O que é ótimo para passar o meio da semana de uma forma descontraída e a ouvir falar de um tema que é sempre uma boa opção, o mundo da literatura.

O ALÍVIO EM LIMPAR A WISHLIST DE LIVROS

Pensa em todos os livros que tens na wishlist... Ainda faz sentido estarem lá?

Há uns tempos estava a olhar para a minha wishlist, porque queria comprar um livro e não sabia bem qual.

Olhava para todos aqueles 100 livros e não sentia vontade de ler mais de metade.

Nem sabia bem o que me tinha levado a pô-los lá. Talvez por ter visto alguém a falar deles, porque gostei da capa, ou porque vi alguma citação bonita. Não sei. Não me lembrava.

Não sentia nada por eles. Nenhum apelo. Nenhuma vozinha a dizer "lê-me"!

O que aconteceu a seguir?

LIVROS | REVIEWS RAPIDINHAS II

Livros de romance, livros de terror e livros de suspense! Estas reviews rapidinhas têm opções para quase todos os gostos, têm leituras recentes e leituras com mais um ano... mas todos têm uma coisa em comum: são livros que me prenderam da primeira à última página!

LIVROS | AS CAPAS MAIS BONITAS DA MINHA ESTANTE

Comprar um livro pela capa. Quem nunca?! Eu já o fiz várias vezes. E umas outras tantas em que escolho uma edição do livro em detrimento de outra, só pela capa. Capas bonitas, deixam-me a alma mais feliz. Também fazem com que demore mais tempo a ler um livro, porque em vez de olhar para as palavras, no interior, fico a apreciar a beleza do exterior.

Tenho muitas capas giras nas minhas prateleiras. Capas de vários géneros e de diferentes autores. Nacionais e internacionais. Hoje venho falar das beldades nacionais. Isto porque estamos na semana que antecede o Dia do Autor Português e decidi seguir a onda da Andreia Morais e falar sobre alguns temas enquadrados na literatura nacional.

Então, lá fui eu desarrumar os livros em busca das capas mais bonitas. Como se fosse um grande sacrifício andar a tirar e pôr livros do sítio, fotografá-los e ficar apenas a olhar para eles... Não estou aqui para enganar ninguém. Mergulhar entre livros é dos meus passatempos preferidos e qualquer desculpa é boa para o fazer. Se for para dar destaque a autores portugueses, ainda melhor!

As minhas capas preferidas estão na fotografia logo no início desta publicação. Para quê fazer suspense, se posso mostrar-te logo tamanhas beldades?! De qualquer forma, deixo aqui o registo dos nomes dos livros. Mas, deixa-me salientar que a ordem é aleatória. Sim, porque escolher um livro para primeiro lugar é algo impensável.

Vamos Comprar Um Poeta, Afonso Cruz;

O Bom Inverno, João Tordo;

Onde Cantam os Grilos, Maria Isaac;

Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago;

Livro do Desassossego, Fernando Pessoa;

O Quarto Alugado, Ricardo Belo de Morais.

Estas são as minhas capas preferidas. Quais são as tuas?

LIVROS | ABC DE AUTORES NACIONAIS

Hoje assinala-se o Dia do Autor Português. Esta data foi criada para homenagear os autores nacionais das várias áreas e para reforçar a sua importância para a cultura e o bem-estar da sociedade. E como é importante destacar e apoiar os nossos autores. Sobretudo nos dias que correm.

Como tal, aceitei o desafio do ABC dos Autores Nacionais criado pela Andreia, do blog As Gavetas da Minha Casa Encantada.

LIVROS | DIA DO LIVRO PORGTUGUÊS

Há um ano fiz uma publicação (aqui) a confessar que não lia tantos autores portugueses como achava que devia. Os livros em português na minha estante eram uma minoria que passava facilmente despercebida. Falei também sobre o meu objetivo quase em jeito de promessa de ler mais livros autores nacionais.

Hoje, como se celebra o Dia do Livro Português, decidi fazer uma espécie de atualização deste meu compromisso. 

Abracei essa missão com unhas e dentes e entrei no mundo mágico da literatura portuguesa. Encontrei autores já com algum nome e outros menos conhecidos. Fui juntando muitos mais livros à minha lista de leituras desejadas e fui compondo as prateleiras com mais livros de autores nacionais. Ainda não estão num número justo, mas está a começar a entrar no bom caminho.

NA ISLÂNDIA OFERECEM-SE LIVROS NO NATAL

Sabias que a Islândia tem a tradição de oferecer livros pelo Natal?

Chama-se Jólabókaflod e significa "inundação de livros de Natal".

A tradição começou no início do século XX, quando os editores islandeses perceberam que as pessoas estavam à procura de algo para fazer na véspera de Natal. Então, começaram a publicar livros novos nas semanas anteriores ao Natal, e a tradição rapidamente se tornou popular.

NOTEBOOK | VOU QUERER RECORDAR 2020 II

2020 foi um sopro e mesmo assim tive de dividir a retrospetiva deste ano em três partes. É a prova de que este ano deixa mesmo muita coisa boa para recordar!

UMA PANDEMIA DE DIRETOS

Março chegou e o mundo entrou confinamento. Felizmente passámos por isto numa época em que a tecnologia está muito desenvolvida e podemos fazer mil e uma atividades a partir da internet. Desde conversas com amigos e familiares, a reuniões de trabalho, passando por festas online.

Se há palavra que pode ser sinónimo de confinamento é Zoom. E diretos. Em dois/três meses assisti a entrevistas/conversas de amigos, fiz aulas de dança e até vivi o Natal em lives do Instagram. Aposto que também experienciaste, pelo menos, uma destas. Acertei?

10 LIVROS FAVORITOS DE 2023

Este ano pareceu uma vida e um sopro ao mesmo tempo. Uma vida na primeira metade, um sopro na segunda. Pelo meio houve lugar para muitos livros. Até agora foram 70, mas talvez acabe o 71. Foi o ano em que eu li mais e foi repleto de boas histórias, mundos novos e personagens incríveis!

A escolha dos 10 livros favoritos não foi fácil, mas aqui está:

LIVROS | REVIEWS RAPIDINHAS I

Alguns livros deixam-me com muito para dizer e pedem reviews grandes e exclusivas. Por outro lado, há livros de que gosto, quero partilhar, mas não tenho grande coisa para dizer sobre eles. Então decidi criar um rubrica em que junto alguns desses livros num só post e faço reviews rapidinhas, só com uma premissa muito geral sobre o livro e algumas razões para o ler. 

Os primeiros três foram leituras dos últimos meses, que não mudaram a minha vida, mas gostei muito de ler e proporcionaram-me bons momentos.

série Gabriel Allon: quando personagens literárias se tornam parte da família

O Gabriel Allon entrou na minha vida em 2015, quando me emprestaram O Confessor. Foi o segundo livro que li do Daniel Silva. O primeiro foi A marca do Assassino, da série protagonizada por Michael Osbourne. Foi Osbourne que me fez fã do autor luso-americano, mas foi o príncipe de fogo, Allon, que conquistou o meu coração. E perante a pergunta qual o teu personagem literário preferido e todas as outras em que tenha de eleger um personagem - para algo bom, claro está - a resposta é automática e coerente: Gabriel Allon. Mas se nos primeiros livros lidos desta série o Allon, era o dono, em exclusivo, do meu coração, nove livros depois fui adotando cada vez mais personagens, até criar uma família completa.

Olá 2019 | Desafios Literários

Já passou quase uma semana do início do ano, mas ainda me sinto em 2018. A culpa? De tudo o que 

tenho tido para fazer para a faculdade. Motivo pelo qual tenho andado afastada e ainda não tinha vindo dar as boas-vindas ao novo ano.

Não sou pessoa de definir objetivos, mas, para 2019, ambiciono uma coisa: ler mais. Porquê? Porque nos últimos meses tenho tido pouco tempo para a leitura e quero muito ler mais livros. Para me ajudar a alcançar este objetivo, decidi abraçar dois desafios literários: o "The Bibliophile Club" e o "Uma Dúzia de Livros".

O primeiro foi criado pela Sofia Costa Lima, do "A Sofia World", pela Sónia Rodrigues, do "By The Library" e pela Carolayne Ramos, do "Imperium" e consiste num clube literário, em que cada mês nos é proposto um género literário. Já no segundo, a Rita da Nova propõe a leitura de um livro por mês, com uma tema original. Ambos os desafios dão liberdade para escolher os livros e, inclusive, dá para conciliar os dois temas, num só livro. Coisa que vou fazer este mês, porque o tempo é curto. E curiosamente, o livro que escolhi para o o "The Bibliophile Club", "Ayureda For Dummies", foi escrito por uma autora, a Angela Hope-Murray, que é o desafio do "Uma Dúzia de Livros".

Assim, para este ano, espero ler muito e mais livros que me abram horizontes e deem a conhecer novos temas, histórias e autores.

Hábitos [estranhos] de leitura

Todos os leitores têm hábitos de leitura. Uns mais estranhos do que outros e é mesmo desses que vou falar:

1. Cheirar o livro
Seja quando chega a encomenda pelo correio, quando o compro em loja ou quando recebo como presente. E se o for ler passado pouco tempo de o ter inspiro, novamente, aquele perfume a livro novo. Enfim, a magia dos livros físicos está mesmo no tacto e no cheiro.

2. Mimar a capa
Quando a capa do livro tem relevo, gosto de passar sempre a mão pelo mesmo, antes de o começar a ler. E não falo só da primeira vez! Durante todo o período de leitura, quando pego no livro repito quase sempre o processo.

3. Livro sim, filme não
Se leio um livro, sou incapaz de ver o filme a seguir. Já aconteceu duas vezes, e não foram boas experiências. Enquanto leio vou imaginando a fisionomia das personagens e os lugares e o filme estraga o que idealizo. Para além disso, a história do filme fica sempre muito aquém da do livro e acaba por desiludir.

4. De capítulo em capítulo
Tento parar de ler no final de um capítulo, ou, se forem muito grandes, numa quebra de texto, em que mude de cenário e/ou personagens. Assim, é muito mais fácil quando voltamos a pegar no livro.

5. Não comer, nem beber
Não gosto de comer e beber o que quer que seja enquanto estou a ler. Tenho medo de deixar cair algo sem cima do livro e sujá-lo ou estragá-lo e gosto de os manter quase imaculados. Por isso, se der a fome ou sede, significa que está na hora de fazer uma pausa na leitura.

6. Não dobrar páginas
Penso que este hábito é transversal a todos os amantes da leitura. Os livros são objetos sagrados que devem permanecer intactos e sem grandes dano, por isso, dobrar uma página é algo impensável.


Os hábitos de leitura, como tudo na vida, também vão sofrendo alterações. Então vou desvendar alguns que já tive, mas foram passando.

1. Auto-spoiler 
Durante muito tempo, tinha a mania de ler o último parágrafo do livro. Saber como acabava dava-me motivação para ler e perceber como a história se ia desenrolar para chegar até ali. Agora, olhando para trás, essa ideia parece-me absurda e capaz de estragar toda a mística e suspense da leitura.

2. Banda sonora de leitura
Tive uma fase, curta, em que tinha músicas concretas para cada livro e, enquanto lia os livros em questão, ouvia quase sempre o mesmo par de músicas.

3. Riscar, escrever, rabiscar
Escrever e sublinhar em livros foi um hábito que tive durante algum tempo, depois deixei de o fazer durante uns anos - e só a ideia de o fazer chateava - e, agora, estou a começar a ter outra vez essa mania, mas só em livros com os quais crio uma afinidade significativa, que me dá a certeza de que não os vou querer vender.


Tens algum hábito estranho de leitura? E já deixaste alguns pelo caminho?


Marisa

LIVROS | 1984, GEORGE ORWELL

Um livro que toda a gente já leu foi o tema de janeiro para o desafio e clube de leitura Uma Dúzia de Livros, da Rita da Nova. A escolha foi fácil. Só tinha dois livros na estante que se enquadravam no tema e optei por aquele que queria ler há mais tempo. 1984, de George Orwell. 

1984 é uma distopia sobre uma sociedade que vive num regime totalitarista, dominado sobre o medo e o ódio. Sinceramente, não consigo dizer se a escolha deste livro foi curiosidade, uma forma de reação à realidade política atual, ou um ato masoquista para pôr à prova o meu medo e a minha ansiedade perante a possibilidade de viver num regime do género. A verdade é que esta distopia já esteve mais longe de ser real.