05/03/2021

LIVROS | A MORTE DE IVAN ILITCH, LEV TOLSTOI

livros a morte de ivan ilitch lev tolstoi

Lev Tolstoi é um dos grandes nomes da literatura russa. Aliás da literatura no geral. Os livros livros Tolstoi assustavam-me só por ver o nome dele. É este meu pouco à vontade com os clássicos que me põe macaquinhos no sótão e faz pensar que existem livros que não são para mim. São tudo tretas.

Todos os livros são para todos. Caro que há quem se identifique mais com determinado género e está tudo bem com isso. Mas, se quisermos vontade e tivermos curiosidade em relação a algum livro, género ou autor devemos ler. É mandar os macaquinhos para fora do sótão e esquecer os pré-conceitos que nos levam a pensar que este ou aquela obra não é para nós e muito menos que não temos capacidade para tal. Claro que temos!
A capacidade nasce da vontade.

E foi a vontade e muita curiosidade pela escrita de Lev Tosltoi e pela literatura russa que me levaram a ganhar coragem para ler A Morte de Ivan Ilitch.

Escolhi este livro por ser pequeno. Confesso-me já aqui, sem qualquer pudor. Arriscar é bom e eu gosto - especialmente quando são aventuras literárias - mas também não queria dar um salto maior que a perna.

As expectativas não eram altas nem baixas, eram nulas. Li o resumo por alto e deixei-me partir à descoberta do que o autor tinha para me contar. Descobri que A Morte de Ivan Ilitch é um livro no qual a morte está sempre presente.

A história começa pela morte do protagonista. Sim, logo nas primeiras páginas perdemos Ivan Ilitch e o pensamento é então e agora, como se desenrola uma ação com o personagem principal morto? Fácil! Volta-se ao início da sua vida e fala-se de toda a sua caminhada e história.

Saber o desfecho da vida de Ivan Ilitch podia ser, à partida, um fator para perder o interesse na narrativa. Porém, o resultado é exatamente o oposto. O facto de começar com a morte do protagonista e só depois falar da sua fala da sua vida intensifica o sentido do livro. Provoca curiosidade por saber quais os acontecimentos que levaram àquele trágico final. Além disso, torna toda a história muito mais melancólica e vai-se ganhando cada vez mais compaixão por Ivan Ilitch

Esta presença sombria do derradeiro final ao longo de toda a leitura, e intercalada com a vida que Ivan Levou, faz-nos pensar sobre o sentido dos nossos dias, sobre o que é realmente importante e a questionarmo-nos sobre o que andamos a fazer e o que queremos recordar no fim.

E por fim... No final, de contas - e de leituras - A Morte de Ivan Ilitch foi um livro muito fácil de ler. A única dificuldade foi não saber pronunciar os nomes das personagens, que, ainda por cima, andavam sempre aos pares, com nome próprio e apelido. Mas, isso são pormenores que não fazem grande mossa, até porque acabei por dar-lhes "alcunhas" e tornar tudo mais simples.

O que importa reter é a boa experiência de leitura que este livro me deu e o ter desfeito o bicho papão de ler Lev Tosltoi. Estou pronta para um Guerra e Paz ou um Anna Karenina!


Já leste A Morte de Ivan Ilitich?
E outro livro de Lev Tosltoi?

4 comentários

  1. Confesso que é um nome que também tenho adiado descobrir, embora tenha alguma curiosidade. Depois de ter lido a tua opinião, se calhar, também vou começar devagarinho com este :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Força! Como é um conto e mais pequeno é mais fácil para começar :)

      Eliminar
  2. Li este livro o ano passado exatamente pelos mesmos motivos que tu. Também tinha a ideia de a literatura russa clássica ser demasiado pesada e complexa, mas graças a este livro, mudei totalmente de ideias. Acho que mais do que sobre a morte, esta história é sobre a vida e sobre como todos os acontecimentos se interligam. Gostei tanto, que este ano decidi aventurar-me noutro grande da literatura russa, Dostoievski, com os Irmãos Karamazov (wish me luck!).
    Six Miles Deep

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também é uma boa perspetiva, o ser um livro sobre a vida. Até porque me fez mesmo pensar sobre a vida.

      BOA SORTE!!:P

      Eliminar

Mergulhas?

© Maresia
Maira Gall