Vamos voltar a uns tempos atrás onde muito se previa e pouco a pouco acontecia...
Para falar do concerto dos D'ZRT é preciso recuar no tempo. Recuar até 2005, quando tudo começou. Recuar àqueles anos de loucura e ao único concerto deles a que tinha ido, em 2007. Rever histórias, músicas, memórias, pessoas, anos. Rever uma vida.
Recuar até julho do ano passado, quando anunciaram o regresso e àquela noite louca e mal dormida, onde comprei dois bilhetes às cinco da manhã. Recuar àquela semana seguinte em que começava a chorar de felicidade em momentos aleatórios do dia, apenas porque me lembrava que os D'ZRT iam voltar aos palcos e eu ia estar lá para ver. Recuar ao orgulho que senti a ver cada data esgotada e ao sentimento de pertença a uma tribo tão boa e tão grande depois de anos meio que a ser gozada por gostar de D'ZRT.
Recuar aos dias que antecederam o concerto em que as únicas músicas que conseguia ouvir eram as deles e o meu cérebro já só conseguia pensar na grande noite que estava por vir e na magia que ia acontecer. Recuar ao momento em que peguei na camisola do Para Mim Tanto me Faz e saí de casa rumo a Lisboa. Recuar ao momento em que cheguei ao Altice Arena e de repente estava na fila para ver os D'ZRT, estava rodeada pela minha tripo e de vez em quando lá ouvíamos som dos ensaios vindo do Altice. O momento em que tudo se tornou tão real!
UM CONCERTO DE EMOÇÕES
O regresso dos D'ZRT foi o meu segundo concerto favorito. O primeiro foi o deles em 2007 pelo simples facto de ter o Angélico. Se bem que ele esteve sempre presente agora também. Enfim, tu percebes. Consigo ter a distância para admitir que o concerto do regresso foi melhor em termos de estrutura, maturidade, meios e espetáculo. Mas o de 2007 vai ser sempre o favorito.
Neste regresso senti-me em casa! Já escrevi e reescrevi tantas coisas sobre este momento. No meu journal, nas redes sociais, em mensagem, em notas no telemóvel... Já escrevi tanta coisa e nada faz jus ao que vivi na noite de 29 de abril. O resumo que me soa melhor e que sinto ser a maior verdade é o seguinte: percebi que nos podemos sentir em casa num concerto. Talvez já o tivesse sentido em 2007, mas ainda era muito nova para o perceber. No sábado senti-me em casa, no meu mundo à parte, com o coração cheio. Senti-me eletrizada e a viver um turbilhão de emoções: felicidade, orgulho, realização, pertença, saudade, nostalgia, amor, carinho.