23/03/2023

SOBRE AS IDEIAS (OU FALTA DELAS)

sobre as ideias ou falta delas

As ideias são as folhas das árvores no outono. Vão caindo consoante o vento ou a fragilidade do caule. Algumas demoram mais tempo, outras caem assim que aparecem os primeiros sinais da estação. As ideias também. Há momentos em que parecem chover, outros que nos deixam numa seca incompreensível (e meio insuportável) de criatividade.

As ideias são brincadeiras de crianças e tantas são as vezes que parecem andar a brincar conosco. Espreitam numa esquina dos pensamentos e depois fogem a correr, numa espécie de jogo da apanhada ou das escondidas.

Por vezes, fico frustrada quando não me surge aquela ideia genial em cinco minutos. Este texto existe por causa disso. O meu cérebro estava vazio e precisava de canalizar a frustração para algum lado. Uma prova de que consigo criar. Um lembrete de que é normal os pensamentos não fluírem tão bem. Ora por ser um tema que não nos é tão próximo, ora por estarmos num dia menos bom. Ou até mesmo porque não. Por tantos motivos e por nenhum em especial.

A vida é como é, podemos praticar e estimular a nossa criatividade, mas, assim como há dias em que apenas ficamos com fastio e comemos menos sem motivos de preocupação, também há dias em que a inspiração decide ir dar uma volta e deixar-nos vazios de ideias. Não há problema. Ela irá fartar-se do seu passeio e voltar. Talvez até trazer novas ideias, lá dos sítios por onde andou.

O melhor mesmo talvez seja seguir-lhe o exemplo. Levantarmo-nos e passear ou fazer algo diferente. Pode ser que, pelo caminho, encontremos a inspiração na sua passeata e possamos seguir de mãos dadas à descoberta de um novo mundo.

2 comentários

  1. As ideias são a alma da vida. Sem ideias...morre-se
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    Saudações poéticas.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. É sempre um processo oscilante, porque não o controlamos e nem sempre acompanha a nossa vontade, mas acho que (frustrações à parte) até é isso que o torna mágico, porque também nos obriga a desconstruir, a descomplicar e, até, a encontrar outros caminhos.
    Adoro brincar com as ideias que vão surgindo. E adorei a metáfora do outono :)

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Maira Gall