21/12/2021

D'ZRT, O REENCONTRO

D'ZRT o reencontro

Vamos voltar a uns tempos a trás, onde muito se previa e pouco acontecia

Escrevo estas palavras de cor e cantarolar mentalmente. Estas palavras não podem ser simplesmente ditas ou escritas. Serão sempre cantadas e seguidas de uma melodia no subconsciente. Pelo menos para mim.

Estas palavras são o início da canção Só Depende de Nós, dos D'ZRT. Aquela que escreveram para os fãs e está em décimo lugar no segundo CD da banda, o Original. Aquela que me deixa cheia de nostalgia e me continua a aquecer o coração. Em especial nos piores dias.

Sou da "Geração Morangos". Aos 10 anos vi o primeiro episódio da série. Ainda me lembro do Pipo a despir-se na praia, e ir a correr até ao mar para salvar a Joana. Foi o primeiro de muitos. Foi o primeiro de nove anos de episódios. Durante oito destes anos a minha rotina diária era: chegar da escola, lanchar, fazer os trabalhos rápido e ver Morangos com Açúcar.

A temporada que gostei mais? A segunda, claro. A que marcou início dos D'ZRT. O motivo? São vários e encontram-se na "dissertação" abaixo =)


Partilhámos emoções, sorrisos e arte

Sem internet e com poucos CD's, a banda sonora da minha vida, quando não estava a ver Morangos eram as músicas da série. Eram esses os CD's que tinha. Ainda tenho e trabalham! E o mais antigo ainda cheira a morangos. Mas, os que ouvia mais eram, sem dúvida, os dos D'ZRT. 

A minha memória não é a melhor, preciso de anotar tudo e se me perguntarem o que comi na semana passada não vou ser capaz de responder e dei-me sempre mal com testes em que tinha de decorar matéria para ter boa nota, Mas quando o tema são as músicas dos D'ZRT... aí sou capaz de as dizer de cor. É o resultado de muitas horas passadas a ouvi-las. 

Os D'ZRT foram a minha primeira grande paixão musical. Foi com eles que descobri que a vida fica melhor quando temos música a tocar. Foi com eles que comecei a explorar diferentes géneros e, a partir daí, pude ir criando e recriando os meus gostos.

Se oiço um pouco de tudo, a culpa é destes quatro. Foi com eles que criei o meu lado mais Rock n' Roll (nunca esquecendo destra tradição familiar que é adorar Xutos & Pontapés), que aprecio Hip Hop e Rap, que adoro músicas mais descontraídas e boa vibe, com um toque de Reggae à mistura, que tenho todo um lado de fã de Pop.

Mas, não foi só na música que me influenciaram. Foi, também com eles que me apaixonei pela dança. Afinal quem não queria pertencer ao grupo dança do "Zé Milho" e do "Tó Pê"?! Fora o universo Morangos, se há alguém responsável pela meu interesse na cultura da dança e por todos os arrepios que já senti só de ver alguém a dançar, esse alguém é o Cifrão.


Juntos vivemos este nosso mundo à parte

Os D'ZRT são o meu mundo à parte. Não vale a pena vir com histórias no passado. Nem sei como a minha playlist com as músicas deles no Spotify não ficou em primeiro lugar no ranking. Se me perguntarem por uma banda preferida, são eles que me vêm logo à cabeça.

Ouvir D'ZRT era uma forma de sonhar acordada. Sabes aquela máxima de "música ligada, mundo desligado"? Ouvir D'ZRT sempre muito isso. Era assim que fugia da realidade que nem sempre era muito simpática e fácil de lidar. Eram o meu refúgio.

Continuam a ser, admito. Naqueles dias em que tudo parece estar mal e de pernas para o ar, prolongo a noite ao som de Querer Voltar, Só Depende de Nós e todas as outras canções que ainda sei de cor.

Sem saberem, eles já me "limparam" muitas lágrimas. Mas também já chorei por eles. Por mais anos que passem, vai ser sempre duro lembrar o que aconteceu com o Angélico. Por outro lado, são as palavras dele que me continuam a dar forças... só tens de acreditar, eu acredito e isso ninguém me pode tirar.


O final só depende de nós

Por tudo isto, quando soube do Reencontro que a TVI preparou fiquei doida de contente. De repente senti que tinha 14 anos e era uma manhã de domingo normal a ouvir D'ZRT no quarto, demasiado alto (coitada da minha família). Eu precisava mesmo de ouvir esta conversa. Soube tão bem! Ri e chorei, senti-me aconchegada e muitas saudades, naquelas quase duas horas de conversa entre o Cifão, o Vintém e o Edmundo. 

Deu para perceber que há coisas que nunca mudam. Ao passo, que outras mudam tanto. 

A essência está lá sempre. Sente-se a irmandade, a união, a partilha de incontáveis histórias e todo o tempo que passaram juntos. A genuinidade, a modéstia e toda a energia positiva estão lá.

No entanto, falta uma pessoa essencial. Por mais que acreditemos que ele esteja lá em cima a mandar forças e guiar-nos com aquele sorriso enorme e contagioso. E eu acredito! Só que não está aqui.

Quanto às histórias partilhadas, vou ser muito sincera. Enquanto fã de D'ZRT, via tudo o que era entrevistas na altura. Tenho DVD's onde eles falam uns dos outros e partilham vários momentos. Portanto, não houve muita coisa que achasse novo. Apesar de tudo, foi tão bom recordar e vê-los juntos outra vez.

Não sei se isto foi só o início de algo mais. Não sei se algum dia irão voltar a palco. Se o fizeram, e como disseram, vai haver sempre uma grande ausência. Mas, eu vou lá estar na primeira fila!


É por ti que tudo é tão profundo

Os subtítulos deste texto são excertos da música "Só Depende de Nós", como já falei antes. Uma das minhas preferidas. Todas as palavras desta canção fazem-me todo o sentido. Para acabar esta dissertação sobre um amor da adolescência para a vida, quero deixar a parte de "Só Depende de Nós" que melhor resume o meu sentimento para com os D'ZRT

Tu fizeste-nos crescer por simplesmente lá estares
Fiquei teu fã (por as músicas cantares...)
Fiquei teu fã (por nunca me abandonares...)
É por ti que tudo vale a pena
É por ti que tudo é tão profundo
É por ti que continuo em frente
É por ti que brilha este meu mundo

No fundo é tão simples quanto isto. Cresci com os D'ZRT, em muitas alturas foram eles que fizeram que tudo valesse a pena e me ajudaram a continuar em frente, trazendo brilho e alegria ao meu mundo. E por mais que o tempo passe, aconteça o que acontecer, vou ser sempre a menina que fica enternecida a ouvir e ver os seus ídolos de sempre e para sempre. 


4 comentários

  1. Senti cada palavra deste texto. E se há algo que me dói na alma é nunca ter conseguido vê-los ao vivo. Aliás, quando ia assistir a um, acabou por ser cancelado :(
    Fizeram parte do meu crescimento e sinto-me uma sortuda por isso

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    1. Fui a um e soube a tão pouco :/ Se voltarem, vamos as duas para a fila da frente!! ;)

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  2. Que nostalgia ! Também sou da geração morangos.

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    1. Morangos é um marco gigante na nossa geração :D

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