LIVROS | DOCE TÓQUIO, DURIAN SUKEGAWA

Doce Tóquio foi das melhores surpresas literárias dos últimos tempos. Andava à procura de um romance leve para ler no Kobo quando encontrei o livro de Durian Sukegawa. Não sabia nada do livro além de ter uma boa classificação no Good Reads e que já tinha visto várias pessoas a falar bem dele. Não sabia a história e nem fiz questão de ler a sinopse. Estava incluído na subscrição do Kobo Plus, era pequeno e tinha um nome bonito. Foi o que bastou para o descarregar e começar a ler. Só não estava à espera do que ia sair dali!

Doce Tóquio fala sobre a relação de Sentarôm, Tokue e Wakana, três pessoas com idades e vivências diferentes com um traço em comum: todos procuram o sentido da vida. Sentarôn é um homem de meia idade que trabalha por obrigação e com zero prazer numa pastelaria. Tokue é uma idosa com um passado misterioso e que encontra no mundo da pastelaria uma forma de tornar a vida mais leve e tolerável. Wakana é uma jovem com mais problemas do que uma menina da sua idade devia conhecer. 

Estas pessoas vão entrando na vida de umas das outras, tentando encontra-se no seu próprio caminho, enquanto formam um grupo ímpar, mas tão importante para a luta interior de cada um. 

O livro de Durian Sukegawa é uma viagem pela solidão e pela inquietude de quem vive à procura de um conforto que parece ter sido levado pela crueldade do destino. Doce Tóquio é uma abordagem saborosa e ao mesmo tempo cruel sobre a procura do sentido da vida e da missão que cada pessoa tem neste mundo. É também uma ode ao poder da amizade e uma lembrança de que ela pode ser chegar de qualquer lado, independentemente da história e do percurso dos intervenientes, sendo o mais importante a predisposição para se gostar, aceitar e aproximar do outro. Em resumo, Doce Tóquio diz-nos que o mais importante é sabermos ouvir o mundo à nossa volta, mesmo que ele esteja em total silêncio.

Li este livro em menos de duas horas. É uma história envolvente e terna que nos faz mergulhar naquelas palavras e emocionar com a crueza da vida das personagens, levando-nos a relativizar a vida e sentir gratidão.