06/06/2022

BRISAS | TURN BACKS, PHOTO DUMPS E REALIDADES DISTORCIDAS

turn backs, photo dumps e redes sociais

As redes sociais são um sítio lindo e inspirador. Okay, talvez esteja a dizer isto porque são o meu ganha-pão e dá-me muito jeito que todos adorem estar online e ver coisas nas redes. No fundo, às vezes, são uma fonte de desmotivação. Parece que todos têm uma vida perfeita e animada. Sempre a passear por lugares incríveis, sempre a comer fora, sempre a viver coisas novas. E o comum mortal?! Trabalha das nove às seis e suspira por vidas perfeitas que não existem.

Na minha conta de Instagram faço alguns turn backs e outros tantos photo dumps. Confesso que adoro aquela trend dos stories em que partilhamos fotos no final de cada mês. E foi exatamente por causa dessa trend que me surgiu a ideia deste texto.

No final de maio partilhei um photo dump com quatro fotos, cada uma num sítio diferente. Mas foram quase todas tiradas num espaço de 24 horas. Uma numa festa na noite de sexta-feira e duas num passeio na manhã do sábado seguinte. A outra foi algures no tempo, num registo banal das minhas leituras na cama.

Depois de fazer esse story, fiz outro a brincar com a situação em dizia "ela a fazer um "may dump" com fotos quase só de um fim-de-semana para fingir que a vida é bué cenas e coisa". Ainda acrescentei um "não se deixem enganar, amigos".


turn backs, photo dumps e realidades distorcidas


DIFERENCIAR A VIDA REAL DA VIDA ONLINE

Na realidade aquela frase final, foi mais um lembrete para mim mesma. Para aqueles dias em que abro o Instagram e estão todos a partilhar algo fantástico e eu estou de pantufas, uma sweat já a pedir máquina de lavar, o cabelo todo despenteado e mais sono do que vontade. Tudo isto enquanto me lamento da vida banal e pouco emocionante que levo, em comparação com o glamour da versão online da vida dos outros.

É muito fácil ter fotos para partilhar constantemente de forma a passar a imagem de pessoa interessante e super ativa, social e super arranjada. E nem digo isto como crítica. Se eu não partilhasse fotos que tiro nos (poucos) dias fora da rotina quase não iria ter nada para publicar. Mas ao mesmo tempo que faço isso, também sou a primeira a admiti-lo e a brincar com a situação.

Tudo isto só para dizer uma coisa: a tua vida é boa na pacatez em que a vives. Lembra-te que nem tudo o que está online corresponde 100% à realidade. Aliás, são mais as realidades distorcidas do que os registos fiéis ao momento.

Bem sei que isto é um lugar comum já muito repetido. Mas ao estarmos tão presentes nas redes socias, acabamos por nos esquecer que aquilo afinal não é bem assim e ficarmos desmotivados com a falta de ação nas nossas vidas.


PROCURAR CONTEÚDO MAIS ESPONTÂNEO

Felizmente, parece que o conteúdo mais espontâneo e livre de preocupações e filtros está querer regressar. Isso nota-se muito mais no Tik Tok, mas espero que chegue ao Instagram também.

Cada vez mais tento selecionar de forma minuciosa quem sigo e isso passa muito por escolher as pessoas que partilham conteúdo mais simples e leve e menos formal e forçado. Não só procuro quem vai ao encontro dos meus interesses e com quem me identifico, como dou prioridade a quem o faz de forma natural. Gosto de pessoas despenteadas, com borbulhas, que comem pão de há três dias ao jantar porque não tiveram tempo ou vontade de fazer mais nada e muito menos dinheiro para ir ao novo restaurante da moda.

Claro que também gosto de saber qual é esse restaurante, descobrir sítios bonitos para visitar e inspirar-me com looks bonitos... É tudo uma questão de equilíbrio. Vou balançando entre os dois mundos e seguindo quem me consegue dar a realidade parecida ao que ela é e inspirar-me com novas descobertas. 

1 comentário

  1. Aprender a filtrar é mesmo uma mais valia, porque nos ajuda a desconstruir inseguranças que surgem por causa de todas as partilhas em rede

    ResponderEliminar

Mergulhas?

© Maresia
Maira Gall