Tenho pensado muito sobre o tema de sair da zona de conforto. E também lutado por isso. Há uns tempos considerava esta ideia como fazer algo grandioso. Mudar de país, mudar de trabalho, fazer um curso numa área completamente nova, saltar de paraquedas.
No entanto, tenho aprendido a olhar para o mundo - e para os problemas - mais ao pormenor. Foi então que comecei a perceber que se pode sair da zona de conforto com atos mais pequenos. Ou pelo menos que parecem mais pequenos à primeira vista. Porque tudo o que nos tire da bolha de segurança pode ter uma dimensão gigante.
Nestes momentos de autoanálise descobri algumas pequenas ações quase rotineiras que me fazem sair da zona de conforto. Ou melhor, interiorizei e aceitei. Porque acho que, no fundo, eu já as tinha descoberto, só não as tinha ainda querido processar.
PEQUENAS AÇÕS QUE ME FAZEM SAIR DA ZONA DE CONFORTO
1. MOSTRAR DESCONFORTO
Sabes aquelas mensagens padrão que enviamos sempre por cortesia antes de ir ao assunto principal, como "Olá! Tudo bem?" Eu respondia sempre na base do "Sim!". Mesmo quando nada estava bem e naquele dia só conseguia funcionar a 50% ou menos. Fazia-o porque era mais confortável, parecia-me mais seguro. Queria fugir de respostas com pedidos de explicações ou com pena. Só que lá no fundo sabia que era mais fácil - pelo menos para mim - se admitisse que naquele dia não estava assim bem nem tão capaz.
2. APARECER NAS REDES SOCIAIS
Tirar uma fotografia ou fazer um simples reels em que nem preciso de falar ou dobrar é uma tortura. Eu até posso fazer rápido e por impulso, mas depois fico a olhar vezes sem conta até só encontrar defeitos e apagar. Sempre fugir de ser o centro das atenções e o padrão repete-se. Cada vez que partilho algo em que apareço, acredita que é um grande salto para fora da minha área de segurança!
3. SALTAR DO SOFÁ
Sabe tão bem estar sentada no sofá a ver uma série ou a ler um livro. Especialmente nestes dias frios. Sou uma pessoa do verão. Funciono muito melhor em dias quentes. Assim que o frio se começa a instalar a minha vontade de me mexer desaparece por completo. Levantar-me para fazer uns minutos de exercício ou para dançar (que é algo que adoro), nestes dias mostra-se uma grande jornada de saída da zona de conforto.
4. DIZER NÃO
Não me apetece. Não quero. Não posso. São frases tão pequenas e custam tanto a dizer! É aquela necessidade de agradar a todo a gente... E que resulta em não agradar, de todo, a mim mesma. Sim, eu posso atrasar todas as minhas tarefas para te agradar. Sim, eu posso deixar de fazer algo que gosto para fazer o que tu queres na esperança que todos gostem mais de mim.
AHHH! A mente humana é tão complexa. É muito mais simples dizer não. Facilita muito mais a vida. Mas nós temos esta tendência de complicar e de abanar o rabinho que nem um labrador à espera de aprovação e umas festinhas na cabeça.
5. ESCREVER ESTE TEXTO
Por último, mas não menos importante. Escrever este texto foi, sem dúvida, uma saída em grande da zona de conforto. Voltamos ao primeiro tópico... Esconder fraquezas é sempre mais fácil e parece mais seguro. Mas é preciso cair e expormo-nos para evoluir. Então aqui estou, a nadar no desconfortável!
No final, posso dizer que soube bem este desabafo.
O que te faz sair da tua zona de conforto?
Curiosamente, também tenho vindo a refletir sobre esta questão, porque a verdade é que há vários comportamentos que nos tiram o tapete. Podem ser simbólicos, quase ocultos para terceiros, mas mexem connosco.
ResponderEliminarExcelente reflexão!
Ás vezes são quase impercetíveis, e é mesmo preciso parar para pensar bem sobre o assunto para (nos) percebermos.
EliminarObrigada *-*