18/06/2021

NOTEBOOK | É QUASE SÃO JOÃO E NÃO PARECE

notebook é quase são joão e não parece

Os dias estão a ficar maiores. O sol põe-se cada vez mais tarde e isso sabe tão bem. Está a chegar a noite mais pequena do ano. E também a mais bonita. Mas este ano vai ser vazia de cores e de sons. Outra vez. Este junho tem estado muito cinzento na aldeia. O nevoeiro matinal típico do Oeste tem-se estendido ao longo do resto do dia. Está a chegar o São João. Dizem como justificação deste micro clima. É verdade. Nesta altura o tempo costuma estar sempre mais fresco e nublado. Contudo, esta escuridão é compensada - e combatida - com as cores das bandeiras e do arraial. Só que este ano não há festa. Outra vez.

É quase São João e não parece. Por vezes até me esqueço que estamos em junho. O tempo não lembra. E a ausência da vida e da música tão características desta época ainda ajuda mais ao esquecimento. O ano passado a festa foi simbólica e a frase que mais se repetiu foi "para o ano já temos festa". Passou um ano e continuamos sem a nossa semana de festa. Passou um ano e parece tudo igual.

Fica a esperança de que "para o ano é que é". Para o ano vai ser o primeiro ano em que não me vou queixar do barulho à porta de casa. Porque esse som vai significar o regresso da nossa festa. Da normalidade. Independentemente do que for o normal.

Este ano mantemos a lembrança de estarmos a entrar numa semana especial. Mantemos uns raminhos de São João para colorir as ruas. E a vida. Este ano o tempo continua cinzento, mas havemos de acender uma fogueira para manter a tradição. E o coração quente. 

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Maira Gall