"Se isto é um homem" é o testemunho, na primeira pessoa, da passagem de Primo Levi pelo campo de Auschwitz. O autor, fala, objetivamente, da sua captura em Itália, da transferência para Auschwitz, da vida no campo, de como, ele e os seus colegas, foram reduzidos a nada, e da luta pela sobrevivência.
Ler "Se isto é um homem" foi um processo luta entre o querer e não querer. Se, por um lado, queria muito ler o livro, conhecer a história de Levi; por outro, cada detalhe era chicotada no coração, dava vontade de fechar o livro e chorar. Gostava de falar mais pormenorizadamente da obra, mas não consigo. É demasiado duro e difícil de digerir.
Primo Levi foi, acima de tudo, um herói. Viveu como nenhum homem merece viver. Viveu como se não fosse um homem. O título da obra é uma espécie de pergunta retórica, "Se isto é um homem". É esta, para mim, a grande moral do livro, em Auschwitz não existiam homens. No campo de concentração, os escravos não eram homens, eram nada; e os SS nazis também não eram homens, porque homens não fazem tamanhas atrocidades contra milhares de vidas, eram monstros. Se é que monstro, não será apenas um eufemismo para.
De "Se isto é um homem", surge-me e fica pergunta: o que somos nós, comparados com histórias de quem foi tratado como se não fosse de gente, com um grande nada?.
Marisa
Marisa
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