30/06/2021

LIVROS | UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA, SAYAKA MURATA

livros Uma Questão de Conveniência, de Sayaka Murata.

Deves viver segundo o que te faz sentir bem ou seguir as normas da sociedade? É a pergunta mais presente durante a leitura de Uma Questão de Conveniência, de Sayaka Murata. 

Keiko é vista como estranha e como alguém fora do padrão desde criança. Tem 36 anos e sempre trabalhou como precária e nunca namorou. Para si, estas questões não importam. Leva uma vida tranquila seguindo o manual da loja de conveniência onde trabalha e adaptando-se aos maneirismos dos seus colegas.

Mas a família e amigos de Keiko não pensam da mesma maneira. Fazem uma pressão constante para siga de uma vez as normas da sociedade. Querem que case e tenha um trabalho certo e importante. Querem que ela dê os mesmos passos que toda a gente deu ao longo dos tempos. No fundo, querem que Keiko siga rituais antigos com milhares de anos.


A SOCIEDADE EVOLUIU

Ou pelo menos é o que parece à primeira vista. A tecnologia está desenvolvida. Os direitos humanos são cada vez mais importantes. Muitas mentalidades começam a mudar.

Mas, se olhares bem para o fundo da questão, será que a sociedade evoluiu mesmo? Ou será que apenas mudou? E é no meio dessas mudanças que podes encontrar uma ou outra evolução em certos aspetos da vida. 


UM LIVRO QUE DESAFIA OS PADRÕES DA SOCIEDADE

Se cada um é um ser único, por que é que tem de sofrer a pressão social de levar uma vida consoante padrões antigos e ultrapassados? Por que é que não pode simplesmente seguir o caminho onde mais se enquadra e se sinta mais feliz?

O livro Uma Questão de Conveniência, apesar de pequeno, apresenta várias questões importantes. Ao longo da narrativa podes deparar-te com situações e discursos que te fazem repensar na forma como a sociedade pensa e atua. Vais questionar-te sobre o certo e o errado das normas sociais e tradicionais. Isto se houver algum certo e errado.


TUDO É UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA

A vida de cada pessoa é uma jornada solitária e individual. Então, qual a razão de haver uma espécie de manual implícito a passar de geração em geração. Cheio de leis antigas e desatualizadas.

No fundo, talvez tudo seja como a loja de conveniência onde Keiko trabalha. Temos de nos adaptar às condições exteriores e à passagem do tempo. Temos de ter a empatia para com as pessoas que chegam e que partem.

Keiko tem um trabalho pago à hora. Nós temos um futuro ao segundo. Nunca sabemos qual será o último. Quantos deles estaremos a chorar. Quantos estaremos a rir. Então, o melhor a fazer é mesmo fazer o que nos for mais conveniente.

O resto que se lixe.


2 comentários

  1. Confesso que nunca tinha ouvido falar do livro, mas fiquei muito curiosa, até porque tem temas fundamentais!

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    1. Aconselho muito, porque fez-me mesmo pensar na vida.

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