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Há séries que são como família. Fazem-nos companhia durante muito tempo seguido, alegram os dias tristes e dão ainda mais força aos sorrisos dos dias felizes. Estão tão presentes que acabamos por ganhar maneirismos ou expressões das suas personagens. Os Friends são assim.
A primeira vez que vi a série tinha 11 anos. Passava por volta das oito da noite, na RTP 2. Falhava alguns episódios e havia muitas piadas que não percebia. Só o descobri há uns anos, quando decidi rever. O meu primeiro contacto com Friends foi bom ao ponto de se tornar uma das minhas séries preferidas. E de manter o título. Mas a segunda vez foi melhor. Foi uma experiência mais intensa. Não houve episódios em falta, teve várias maratonas e, claro, o compreender tudo o que se passava ajudou. Resultado? Desta vez reforçou o lugar das séries preferidas ganhando a liderança isolada.
Friends pode ser ficção, mas a amizade entre os personagens da série é real. Saltou rapidamente do pequeno ecrã para a realidade e ainda hoje se mantém. A prova está em Friends The Reunion. O episódio especial juntou os protagonistas para recordarem a época de gravações e todo o fenómeno da série.
Quando se começou a falar da existência deste episódio, especulou-se que fosse uma espécie de continuação. Um curto regresso para mostrar como as personagens estariam passados todos estes anos. Confesso que essa ideia não me entusiasmou muito. Já quando soube que ia ser uma conversa entre os atores fiquei super entusiasmada.
FRIENDS, A SÉRIE CONFORTO
Friends The Reuinon estreou a 26 de maio e vi o episódio nesse mesmo. Como esperar?! Foi uma mistura entre nostalgia e felicidade. Não houve lágrimas, mas fiquei emocionada em algumas partes. E ri bastante! Foi um abraço apertado para matar saudades. E para trazer de volta a vontade de rever a série.
Durante o episódio falou-se de como a série marcou pela positiva inúmeras pessoas em todo o mundo e da importância que teve em especial durante momentos difíceis dos espectadores. Já no livro The one about Friends, a autora fala do sucesso de Friends de como esta é uma série conforto. Concordo a totalmente. É o que sinto quando assisto a algum episódio. É uma série casa. Até porque conheço tão bem o os apartamentos ou Central Perk como se fosse a minha casa.
Aquele grupo de seis amigos a viver em Nova Iorque é como uma família. Conheço a histórias deles de cor e eles fazem parte da minha. Acompanharam-me e apoiaram-me em diferentes fases da minha vida e vou ser sempre grata pela sua existência. Ainda que seja ficcionada.
TODOS TEMOS UM POUCO DE FRIENDS
Olá, sou a Marisa, faço piadas com quando estou desconfortável. Sim, o original é "Hi. I'm Chandler. I make jokes when i'm uncomfortable. Eu sei, mas identifico-me com o Chandler Bing. Até posso acrescentar que "I'm not great at advice. Can I interest you in a sarcastic comment".
O Chandler, interpretado por Matthew Perry, é a minha personagem preferida. Também é com quem mais tenho em comum. Mas, no geral, todos temos um pouco de todas as personagens de Friends em nós. E é por isso que se torna tão fácil identificarmo-nos com elas. E adorar a série.
Logo no primeiro episódio percebe-se que Monica Geller, Ross Geller, Rachel Green, Chandler Bing, Phoebe e Joey Tribbiani são um grupo de amigos heterogéneo. Atípico, até.
Todas as personagens têm características muito singulares, vincadas e, acima de tudo, diferentes umas das outras. Um pseudo-ator que tem tanto de conquistador como de ingénuo trapalhão. Uma cozinheira com transtorno obsessivo e compulsivo por arrumação e super competitiva. Um paleontólogo desastrado que pensa que é dono de toda a sabedoria "Unagi" do universo. Uma menina rica que enfrenta realidade difícil de ter de trabalhar e pagar as próprias contas. Um empregado de escritório com traumas de infância tão grandes como o seu dom para o sarcasmo. Uma massagista vegan e meio hippie que toca guitarra e canta canções sem sentido em part-time.
Com um grupo tão grande de personagens principais e com características tão fortes e marcantes é fácil ganhar afinidade com estas. Acabamos sempre por nos identificarmos com um outro traço de cada uma. Quanto mais vejo Friends mais sinto que tenho alguns traços em comum com os seis amigos. Nem que seja só por um tique ou frase. E normalmente as características com uma maior identificação são os defeitos ou manias. Isto porque ao vermos personagens imperfeitas, lidamos melhor com os nossos problemas e com o que temos de menos bom. Esta é também uma das causas que contribuiu para Friends ser uma série conforto.
O QUE TENHO EM COMUM COM AS PERSONAGENS DE FRIENDS
Como já mencionei o Chandler é com quem me identifico mais. Usar o sarcasmo e piadas para sobreviver aos dias mais toscos. A seguir vem a Monica. Ela tem a tem necessidade de ter tudo controlado. Gosta de fazer tudo certo, conforme os seus planos e se algo falha existe um problema. Admito que também sou um pouco assim. As coisas que fogem do meu controlo fazem-me um confusão. É algo que sei que tenho de mudar e tento fazê-lo com todas as minhas forças. Mas, de vez em quando lá vem o síndrome Monica Geller.
Aliás, devo confessar que não tenho bem a certeza se o Chandler é o meu preferido porque é com quem me identificou mais, ou se é por ser mais parecida com a Monica e ter uma paixoneta por ele.
Depois temos o Joey... O “Joey doesn’t share food”. Eu até sou uma pessoa que gosta de partilhar. Mas, se tocam na comida do meu prato a conversa muda. Além disso, representa o meu lado mais infantil. Aquele que devemos sempre preservar. O Ross é um desastrado nato com um (grande) toque de cromo. E eu também. Nunca fiquei com umas calças de pele presas, mas vou contra tudo. sobre o lado cromo... bem, posso passar horas a falar de livros que ninguém quer saber, tal como o Geller mais velho fala sobre paleontologia.
Com a Rachel e com a Phoebe tenho menos em comum. São mais situações esporádicas, ao longo da série, que no momento penso "isto podia ser eu a falar" ou "acontecia-me a mim, fácil". Mas, a ter de nomear algo em específico, da Rachel é o lado mais sentimental. Posso tentar parecer indiferente, mas no fundo sou de lágrima fácil. Já com a Phoebe partilho o lado mais criativo e, em alguns dias, a célebra frase "I don't even have a «plan»".
Em suma, Friends são e sempre serão a minha série conforto. E de tantas outras pessoas. Friends é um abraço de aconchego e muitas gargalhadas estridentes (não tanto com as da Janice). Porque, e lembrando o que The Rembrandts cantam no genérico, ninguém disse que a vida ia ser difícil e estas personagens estão lá sempre para mim.
Como apaixonada por FRIENDS que sou, é claro que esta publicação também teve um traço de aconchego! Ainda não vi a reunião, mas estou desejosa *-*
ResponderEliminarÉ lindo! Depois conta-me o que achaste. Havia histórias/memórias que falaram que muito lembrar um livro e adorei isso.
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