Em cada livro um amigo, em cada página igualdade. Se leste com a melodia da Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, boa era mesmo essa intenção. Se não leste começa de novo.
Hoje, 23 de abril, celebra-se o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Esta data foi instituída pela UNESCO, em 1995, com o objetivo de estimular a reflexão sobre a leitura, a indústria de livros e a propriedade intelectual. Podia agora continuar com muita história e dados à volta deste dia. Mas, os livros são mais do que dias, são vidas. E na minha têm um lugar de grande destaque e importância.
Num sentido mais eclético, podemos dizer que os livros são de abril. Assim como de abril é a liberdade. E pouco tempo separa os dias um do outro. Ora, também eu sou de abril e também eu sou dos livros e da liberdade. Aliás, os livros são a minha liberdade (ou, pelo menos, uma boa parte). Gosto destas coincidências bonitas.
Gosto de saltar de história em história, sem fronteiras para me fazerem parar. Entrar num livro e perder-me do mundo para encontrar tantos outros, repletos de gente que jamais poderia conhecer de outra maneira. Cada livro que leio dá-me a liberdade de ser eu mesma e de ser tantos outros. Ler é ser. Independentemente do que sou e de onde estou. Ler é viver. Além de mim. Além do possível.
Ontem peguei em Os Livros Que Devoraram O Meu Pai, de Afonso Cruz, para uma releitura entre dois dias especiais. O meu (ontem) e o dos livros (hoje). Sim, eu sei. Trata-se de um livro pequeno que se pode ler em poucas horas e não demora dois dias a ler. Mas quis saborear cada palavra e arrastar capítulo só para prolongar a leitura. Ler também é abrandar.
Parei para escrever este texto quando, no final do capítulo 21 li que "Os livros encostados uns aos outros, numa prateleira, são universos paralelos!". Esta passagem deixou-me a pensar. Identifiquei-me, porque é algo que sinto quando leio. Os livros são universos a passar-nos por entre as mãos. São segredos e vidas a entrar na nossa mente e no nosso coração. Os livros são tudo.
Estava já há uns dias sem escrever. As palavras teimavam em não sair. Só queria entrar. Por isso tenho lido. Li muito esta semana, em comparação com as anteriores. Há fases para tudo e estes dias têm sido mais de receber palavras do que partilhá-las. No fundo, tenho sentido uma certa vontade de entrar no espírito de Vivaldo Bonfin e evaporar-me nas entrelinhas de histórias alheias, como escapatória à minha. Ler também é fugir. Mas não digas a ninguém, para não saberem onde me encontrar!
As palavras voltaram hoje. No final de uma fala de uma personagem que podia ser uma versão minha, pois tal como o meu eu de 12 anos descobrir o refúgio e as respostas entre histórias longe da realidade. Ler ajuda-me a desbloquear as ideias e a abrir horizontes. Também me ajuda a fechar-me num mundo só meu, não vou negar. Ler dá-me tanto ao mesmo tempo. Ler é inspiração.
Se este dia serve para refletir sobre a importância dos livros e da leitura, aqui fica a minha reflexão: ler é a liberdade para viver, sonhar e criar. Então, deixo um viva aos livros e o desejo de cada vez se ler mais.
Que bela maneira de celebrar o Dia Mundial do Livro, ainda para mais, quando se tem a companhia de uma obra de Afonso Cruz. Acho que, em jeito de comemoração, vou aventurar-me já no seu mais recente *-*
ResponderEliminarFoi mesmo a melhor escolha! Já disse e repito: preciso muito desse novo livro :D
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