13/01/2021

LIVROS | A BONECA DE TRAPOS, DANIEL COLE

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A Boneca de Trapos foi a primeira leitura do ano 2021 e o primeiro livro que li de Daniel Cole. Resumindo, foi um livro de estreias. E que estreia!

A história fala de um crime peculiar. Seis vítimas. Um corpo. É o cenário que os membros da Polícia Metropolitana de Londres, encontram no local do crime. A trama vai desenrolando à volta do mistério de a quem pertencem os pedaços do corpo sinistro. O inspetor Fawkes fica encarregue de descobrir quem são as vítimas que constituem a "Boneca de Trapos", quando recebe uma lista de seis pessoas e as respetivas datas da sua morte. A última é o próprio inspetor.

Qual a relação que as vítimas têm entre si? Qual a razão pela qual Fawkes está na lista? São duas das muitas perguntas que vão surgindo ao longo da história e que tornam este thriller viciante e envolvente. Dá vontade de ler ininterruptamente para descobrir tanto a questão central, como todos as pistas que vão sendo desvendadas no decorrer da ação. Além disso, Cole tem uma escrita rápida e vibrante, tornando a leitura fluída.

Muito no início, comecei a pensar que tinha desvendado o mistério. Não todas as questões, mas descoberto o assassino. Por mais que goste de a razão do meu lado, só esperava estar errada. Porque não pior sensação enquanto leitora fã de policiais e thrillers do que ler quase 500 páginas para ficar a saber a conclusão a que cheguei na página 45. Seria uma grande desilusão. Especialmente, despois de um livro tão bom.

Estava errada! (Felizmente) A história dá tantas voltas e tem tantos detalhes que as minhas duas suspeitas elaboradas revelaram-se uma ingenuidade.

A dinâmica de A Boneca de Trapos é muito interessante. O existir acontecimentos previstos a priori, como as mortes com data marcada, criam uma ligação entre leitor, personagens e a própria história devido à duvida e anseio constantes de saber se iriam acontecer. E como! Porque, este assassino tem muita criatividade para cometer os seus crimes.

É um criativo entre o génio e o arrepiante. Algumas passagens são capazes de dar a volta aos estômagos mais sensíveis. Entenda-se o meu, que fico mal disposta só de ouvir falar de sangue. Característica um tanto incompatível e meio masoquista para quem é fã de thrilles. Eu sei, eu sei...

A complexidade das personagens varia consoante o seu papel e destaque na história. A maioria não tem um passado muito explícito. Costumo dar muito valor a este aspeto e é um dos pontos menos bons do livro. No entanto, Cole compensa esta falta com toda a envolvência do presente e com a forma como as personagens e acontecimentos estavam interligados. E com o desvendar de algumas informações sobre o passado, aqui e ali. Dando a conhecer informações importantes para o desenrolar da ação sem deixar perceber o desfecho.

O final surpreendeu-me e deixo-me sem fôlego. Não foi uma novidade total, porque o mistério foi sendo solucionado ao longo dos último capítulos. Foi mais pelos últimos acontecimentos. Só tenho uma pequena coisa a apontar. Não foi totalmente fechado. Mas, isto é uma questão muito pessoal. Sou daquelas pessoas que faz demasiadas perguntas enquanto está a ler um livro - ou a ver uma série. Sou demasiado curiosa para aceitar pontas soltas. Ainda que sejam inevitáveis e adequadas ao todo da história. 

2 comentários

  1. Deixaste-me mesmo curiosa com este livro! Adoro um bom thriller e ficar nessa ânsia de desvendar o mistério

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    1. É um ótimo livro. Se gostas de thrillers tens mesmo de ler :)

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