Que efeito tem o passado na nossa vida? Quão prejudicial pode ser o bullying? O quanto nos expomos nas redes sociais? Será que conhecemos mesmo quem nos rodeia? Estas foram as perguntas que mais fiz enquanto li "Pedido de Amizade".
Louise tem cerca de 40, trabalha por conta própria, é divorciada e tem um filho com quatro anos. Tem uma conta no Facebook, mas quem não tem uma, hoje em dia? Quem nunca, tal como Louise, partilhou informações privadas? Quem nunca teve pedidos de amizade de pessoas com quem não se tem contacto há anos? A protagonista desta história recebeu um pedido, aparentemente, normal: de Maria Weston, uma antiga colega de escola. Estaria tudo bem se Maria não estivesse morta. Ou será que não morreu? A verdade é que o seu corpo nunca apareceu e, agora, o passado voltou para assombrar a vida de Louise.
"Pedido de Amizade" trouxe-me sentimentos ambiguous. Por um lado a história demora muito tempo a desenvolver, há demasiados pormenores que não são assim tão relevantes e poucos diálogos, o que torna a narrativa um pouco monótona e morosa. Criar expectativa é bom, mas quando espero muito tempo para saber do que se trata, acabo por perder o interesse. Ao mesmo tempo, o livro de Laura Marshall, é um thriller arrebatador, principalmente nos capítulos finais, quando todas as pontas soltas se começam a levantar, e a história a fluir melhor. Quando damos por isso passamos de uma espécie de tédio para uma sede de respostas a todas as perguntas que vão aparecendo ao longo da narrativa. Que erro Louise cometeu no passado? O que aconteceu a Maria? Quem está por trás do pedido de amizade e de todas aquelas mensagens? Quanto essa pessoa saberá? São demasiadas questões cujas respostas são impensáveis e nos deixam a pensar na vida. Nas vidas das personagens. Na nossa vida. Se no início o livro não me cativou, depois de terminar defendo que devia ser uma leitura obrigatória de tão atual que é.
Marisa
Sem comentários
Enviar um comentário